5 lições de empreendedorismo da fundadora do Magalu

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A empresária paulistana morreu esta semana no interior de São Paulo; seu jeito de vender e muitos dos valores que instituiu na rede regem, até hoje, os seus mais de 30 mil colaboradores

Esta semana, o Varejo perdeu a fundadora do grupo Magazine Luiza, Luiza Trajano Donato, que morreu de causas naturais, nesta segunda-feira (12/2), aos 97 anos. A empreendedora era tia da empresária Luiza Helena Trajano, atual presidente do Conselho Administrativo da varejista. Tia Luíza, como era mais conhecida no grupo, foi sepultada no Cemitério da Saudade, em Franca (SP).

A fundadora do Magalu – loja que começou no final dos anos 50 do século passado, em Franca, no interior do Estado de São Paulo, e hoje é uma das maiores varejistas do País – se considerava acima de tudo uma “vendedora nata”. Quando na ativa, era responsável pela expansão da companhia.

“A gente vende sendo franca com o cliente”, afirmou Luiza Donato ao Estadão em novembro de 2005, quase 20 anos atrás, em uma das raras ocasiões em que concedeu entrevista à imprensa.

Na época, planejava a chegada da rede na capital paulista, e a entrada do Magazine no principal mercado do País foi triunfal, com o “oba-oba” que a empresária paulistana tanto planejou: a rede abriu 50 lojas num único dia na cidade de São Paulo. “Não é possível chegar à capital com meia dúzia de lojas”, tia Luiza dizia, então, para a equipe.

Hoje o Magalu é uma das maiores varejistas do País, com faturamento de R$ 44,7 bilhões em 2022 e mais de mil lojas físicas, segundo dados do ranking da SBVC (Sociedade Brasiliera de Varejo e Consumo), além de um ecossistema de vendas online que inclui marketplace.

Em 2023, até o terceiro trimestre de 2023, o grupo movimentou R$ 14,8 bilhões em vendas, com um crescimento de 21% com relação aos últimos quatro anos, segundo o balanço financeiro mais recente divulgado pela empresa. Desse total, R$ 10,9 bilhões foram com e-commerce e R$ 4 bilhões com lojas físicas.

Confira as 5 lições de empreendedorismo que a trajetória de Luiza Trajano Donato nos ensina:

Vá até o cliente
Tia Luiza chamava o cliente de freguês e, no início da empresa em 1957, vendeu muito de porta em porta, com o seu marido, também falecido, Pelegrino José Donato, com quem fundou o que mais tarde se tornaria a primeira unidade da rede.

“A gente trabalhava a semana inteira na loja e no sábado, depois das 13 horas, viajava de caminhonete para as usinas da região de Franca, onde vendíamos centenas de aparelhos de TV pelo catálogo, produto que era novidade nos anos 1950. O Pelegrino até instalava as antenas. Todo o fim do mês nós íamos receber o pagamento”, contou para o jornal.

2. Fique de olho nas oportunidades
Depois de ter se casado com Pelegrino, que era representante comercial, e passar algum tempo acompanhando-o em viagens pelo interior do estado, se viu diante de uma boa oportunidade de negócio: comprar uma loja chamada Cristaleira, especializada em presentes e localizada na praça da igreja matriz de Franca.

Para atrair e engajar a clientela, Luiza promoveu um concurso na cidade para a escolha do novo nome do comércio. Na época, recebeu mais de 800 cartas com sugestões e o nome que venceu foi Magazine Luiza, em homenagem àquela que era considerada a melhor vendedora da cidade.

3. Tenha uma boa gestão de pessoas
Apesar de ter cursado só até a quarta série do antigo curso primário, ela dava aulas de como administrar uma empresa familiar. A empreendera instituiu regras claras para a equipe e, se um parente fizesse algo errado, ele era dispensado. Segundo Luiza Donato, as regras “eram iguais para todos”. Até hoje, muitos dos valores que regem os mais de 30 mil colaboradores do Magalu são reflexo do jeito de pensar e de agir de sua fundadora.

4. Esteja pronto para o trabalho
Tia Luiza tinha uma energia quase inesgotável para o trabalho. Não importava se a tarefa a ser feita era empacotar um produto ou descarregar um caminhão de mercadorias.

4. Conheça seus clientes
Tia Luiza era uma vendedora apaixonada que conhecia as necessidades, os gostos e as possibilidades de seus clientes. Cada um deles era e deveria ser tratado como alguém especial e a razão de ser do negócio. Durante as boas-vindas aos funcionários das primeiras 50 lojas abertas simultaneamente na cidade de São Paulo, em 2008, a empresária paulistana orientou:

“Quero pedir a vocês, como boa vendedora que fui, para sempre atender o freguês da melhor maneira possível, sem olhar se ele é branco, preto, pobre, rico, bonito ou feio. Atender com todo carinho, não importa se um esteja usando salto e outro chinelo de dedo. Atender com educação, não tapear o cliente, não mentir de jeito nenhum. Se vocês quiserem crescer na vida, sejam sempre sinceros e honestos”, ensinou Luiza Donato.

5. Tenha uma missão clara
Com sua narrativa simples, Tia Luiza sintetizou a missão do Magalu: incluir! Para ela, o objetivo do negócio era trabalhar para que o maior número possível de brasileiros tivesse acesso a produtos e serviços que melhorem suas vidas.

Com informações do Estadão, G1, Infomoney e Magalu.

Por Fernanda Peregrino
Fonte: Varejo S.A.