Programa Solar Digital: bom para o seu negócio e o planeta

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Lançada na semana passada, a iniciativa é resultado de parceria entre o Sebrae ES e a empresa EDP e vai facilitar a venda de energia sustentável para MPEs

Não é novidade que a energia elétrica está cara. No acumulado dos últimos oito anos (2015/2022), as tarifas elétricas registraram aumento de 70%, patamar mais elevado que a evolução do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que foi de 58% no período. A informação é da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia).

“Enquanto isso, no mercado livre, que é uma resposta estrutural para o problema que visualizamos, o preço da energia elétrica segue registrando variação abaixo da inflação, pois a competição pelo consumidor é um motor em funcionamento constante para ganhar clientes e mercado”, explica Rodrigo Ferreira, presidente-executivo da Abraceel.

Ambiente de contratação onde fornecedores e consumidores negociam livremente as condições da comercialização de energia elétrica, o mercado livre responde por 37% do consumo de eletricidade do país e os preços cresceram somente 9% no período, segundo a associação.

Hoje, o mercado livre de energia absorve 61% de toda a produção de usinas de geração de energia renovável – o que inclui as fontes eólica, solar, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas. Foi destino de 57% de toda a produção de energia solar centralizada e de 48% da geração eólica em novembro de 2022, contra 35% e 42%, respectivamente, há 12 meses. Para especialistas, com o cenário de crise hídrica – apesar das chuvas recentes terem amenizado o problema – e os aumentos constantes na conta de luz, as fontes de energia limpa são uma boa alternativa para as empresas e podem trazer diversos resultados, além do barateamento da conta de energia.

De olho no mercado livre e nas fontes renováveis de energia, o Sebrae ES (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo) acaba de fechar parceria com a EDP, a fim de expandir a energia solar no estado. O Programa Solar Digital facilitará o acesso à energia solar para as MPEs (empresas de micro e pequeno porte), que podem ter um desconto de até 18% ao mês na sua conta de luz, sem gastar com a instalação e manutenção das placas solares. Além disso, a iniciativa contribuirá para que os negócios reduzam seu impacto no planeta.

Lançado na semana passada, o programa conecta as empresas, de maneira remota, às usinas de energia solar. Com isso, o empreendedor não precisa instalar as placas solares na loja, ou seja, a empresa apenas realiza a compra do recurso, gerando uma redução nos custos totais.

De acordo com Ana Karla Macabu, analista do Sebrae ES responsável pela parceria com a EDP, os empreendimentos que aderirem ao projeto também não precisarão se preocupar com a manutenção dos equipamentos. “É mais simples do que aparenta: a troca se dá ao deixar de consumir energia pela concessionária tradicional e realizar a compra através do projeto”, detalha.

Podem participar do programa MPEs com custos de energia entre R$ 1.000,00 e R$ 10.000,00 e que estejam em baixa tensão, ou seja, que não exijam muito da rede elétrica, como é o caso de restaurantes e lavanderias.

O Programa Solar Digital está disponível somente para as micro e pequenas empresas do Espírito Santo, entretanto, já há planos de extensão. “A EDP tem planos sim de expansão, e claro, vai ser em regiões onde ela já possui concessão de energia. Mas, o piloto nacional de geração de energia renovável envolve os Sebrae’s de outros quatro estados: Goiás, São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul”, finaliza Ana Karla Macabu.

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A importância da energia renovável
Energia renovável é aquela que pode ser obtida de fontes naturais de maneira inesgotável e que se renova naturalmente, como, por exemplo, a usada pelo programa. A produção de energia solar funciona da seguinte maneira: os painéis solares recebem a luz do sol, que é convertida pelo inversor solar em energia elétrica para utilização em sua residência ou empreendimento.

O produto é a chamada energia limpa, já que em nenhum momento da cadeia produtiva afeta o meio ambiente. Isso significa que, diferente das fontes combustíveis fósseis, não produz nenhum tipo de gás poluente, que contribui para o efeito estufa e prejudica a camada de ozônio.

“Muitas vezes, o empresário deixa de utilizar esse tipo de energia, porque tem um investimento muito alto, sem falar que nem sempre o empreendedor é dono da loja que ocupa. Teria que mexer em algo que não é dele e correndo o risco de precisar sair dali e não ter como levar aquele investimento”, comenta a analista do Sebrae ES.

No mundo, a China é referência e o maior investidor em energias renováveis. De acordo com a agência estatal NEA (National Energy Administration), a capacidade instalada de energia solar da nação apresentou crescimento de 30,8% nos dois primeiros meses de 2023, na comparação com o mesmo período do ano anterior; e o investimento total das principais companhias de energia chinesas em geração solar quase triplicou na comparação com o igual período de 2021, chegando a US$ 4,12 bilhões. Com o avanço, a potência operacional da fonte no país alcançou 410 GW (gigawatts), ao final de fevereiro.

Ainda conforme o órgão, a capacidade instalada de energia eólica da China aumentou 11% na mesma base de comparação, chegando a 370 GW.

Já o Brasil ultrapassou a marca de 25 GW de potência de energia solar em fevereiro deste ano, segundo divulgação da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). A energia solar já equivale a 11,6% da matriz elétrica brasileira e, em 12 meses, de geração solar instalada no país cresceu 76%.

Reportagem: Gabriella Tomaz
Edição: Fernanda Peregrino
Por: Varejo S.A
Fonte: https://cndl.org.br/varejosa/programa-solar-digital-bom-para-o-seu-negocio-e-o-planeta/