Psicólogo de Cachoeiro explica sobre condições do TDAH na vida adulta. Veja.

TDAH

De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, o TDAH nos adultos só passou a ser identificada a partir dos anos 90.

Antes considerada uma condição exclusiva para crianças, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) também afeta a vida adulta. De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), a persistência do TDAH nos adultos só passou a ser identificada a partir dos anos 90.

Ligado diretamente aos processos de atraso na aprendizagem, além de condições na forma de organização, habilidades sociais e funções cognitivas, o psicólogo de Cachoeiro de Itapemirim Thiago de Sousa Luís, explica que a falta de acessibilidade dentro do contexto de investigação e avaliação, impossibilita a comprovação do diagnóstico precoce do TDAH, fazendo com que os transtorno seja levado desde criança até a vida adulta.

"O TDAH entra no contexto de transtornos do neurodesenvolvimento. O que vai trazer à tona o diagnóstico é a investigação precisa, desde os 4 anos - é o proposto -, contudo temos uma geração passada que não teve oportunidade, nem acesso à informação para avaliação, investigação e tratamento. Hoje temos os sintomas do TDAH descritos em podcasts, reportagens, rede sociais e lugares similares. O que expande o conhecimento do transtorno, e quando você conhece, você consegue tratar", explica Thiago.

Entre as dificuldades do TDAH na vida adulta, podemos citar como impulsividade, baixa produção de dopamina - o que cria o foco e concentração no cérebro -, dificuldade de fechar ciclos e desorganização financeira e profissional. Para o tratamento, o psicólogo aponta que o diagnóstico clínico, com psiquiatra ou neurologista é de extrema importância, pois a partir dele é que se consegue traçar uma metodologia de intervenção e tratamento, com medicações e/ou terapias.

"O tratamento é possível sim. Existe uma gama de profissionais especializados em comportamento, cognição, neurodesenvolvimento e hoje temos terapia de intervenção ABA (Análise aplicada ao comportamento) que atua diretamente com os treinamentos e aquisição de habilidades em atrasado no desenvolvimento de pacientes neurotípicos, além das medicações também. Os psicoestimulante (ritalina, venvanse, concerta) usados da forma certa e com a orientação médica necessária, possibilita melhor tratamento", destaca o psicólogo.

Os profissionais mais qualificados para avaliação e intervenção são psiquiatras, neurologistas e neuropsicólogos. Depois do diagnóstico, é interessante o psicodiagnóstico com neuropsicólogo para saber quais habilidades e funções do comportamento precisam de maior intervenção.

"Próximo passo é marcar as intervenções com psicólogos que tenham expertise no comportamento. Mas em todo processo de pós descoberta o ideal é conversar com a família e amigos, aceitar a condição e intervir da melhor forma. E não se esquecer que o CID não é sentenças ou definição. Mas um processo de autoconhecimento", completa.

TDAH em adultos x TDAH em crianças

A diferença do TDAH infantil para o adulto está diretamente relacionada a neurobiologia e desenvolvimento do indivíduo. Quando criança alguns sintomas como hiperatividade são mais comuns e de fácil observação. Já na fase adulta a hiperatividade por sua vez, pode não ser visível, pois a maioria dos TDAH adulto, possuem hiperatividade mental, não física.

"Um fator que diferencia também são as relações sociais, crianças com TDAH, não necessariamente demonstrarão dificuldades nos vínculos sociais, todavia na fase adulta é visível as faltas nas habilidades sociais em TDAH adultos, como por exemplo, dificuldade em manter relacionamentos e outros", finaliza o psicólogo.

por Guilherme Gomes
Redação FATO
Fonte: https://www.jornalfato.com.br/saude/psicologo-de-cachoeiro-explica-sobre-condicoes-do-tdah-na-vida-adulta,428596.jhtml