O grande papel de mulheres em cargos de liderança

O grande papel de mulheres em cargos de liderança

Data de publicação: 21/03/2023

Carreira



CDL Cachoeiro

Por Cristine Grings Nogueira
CEO Piccadilly

Não é de hoje que as mulheres veem buscando postos cada vez mais altos quando o assunto é carreira. E é comprovado! Empresas lideradas por mulheres costumam ter um desempenho acima da média. É o que mostra o último levantamento da Consultoria MCKinsey, que aponta que, corporações que possuem o sexo feminino em postos de chefia, têm 21% a mais de chances de entregar um bom resultado. Mesmo assim, ainda somos minoria neste quesito. Outro estudo, desta vez da Grant Thornton, mostra que em 2022, mulheres ocupavam 38% dos cargos de liderança no Brasil. Claro, já avançamos bastante; em 2019, essa porcentagem era de apenas 25%.

O questionamento que me fazem sempre — e que eu faço também — é como mudar esse cenário e encorajar as mulheres a lutarem por espaços maiores no mercado de trabalho. Muito além de incentivar e inspirar, nós, CEO’s de grandes empresas, temos o dever de abrir portas para gerações futuras, conquistando direitos e espaços para que, qualquer mulher tenha a oportunidade de exercer a profissão e cargo que desejar, não sendo esta escolha dentro das corporações uma opção por gênero, mas sim por potencial, conhecimento e performance.

Hoje, nossas maiores lutas são contra o preconceito em diversas vertentes, como maternidade, capacidade e habilidade, jornada dupla de trabalho, estereótipos de gênero. A lista é extensa. Por isso, dentro do meu papel de empresária, esposa, mãe e CEO de uma empresa em um setor historicamente dominado por homens, tenho junto com nossa liderança me engajado para desenvolver ações que contribuam para que essa mudança aconteça, fortalecendo o principal pilar da Piccadilly, que é o encorajamento feminino, não só dentro da companhia, mas de uma forma que impacta todo o nosso ecossistema.

Mudanças de dentro para fora
Quando ocupamos cadeiras mais altas, temos a oportunidade de realizar iniciativas que beneficiam o sexo feminino, não somente no mercado de trabalho, mas na sociedade como um todo. Na Piccadilly, por exemplo, implantamos há um tempo uma sala de aleitamento materno, permitindo que colaboradoras, recém mães, possam retirar o leite e armazená-lo de forma adequada para depois amamentarem seus filhos.

Vemos dois impactos importantes aqui: o primeiro é oferecer um ambiente para que essa mulher exerça duas funções, sem precisar escolher entre elas; o que refletirá em uma colaboradora mais motivada e segura para desenvolver seu trabalho. O segundo é que mostramos para o mercado – colaboradores, clientes e fornecedores — que quanto mais valorizamos a jornada da mulher, mais profissionais diferenciadas e com capacidade para desenvolver várias aptidões, estamos formando.

A consequência? Conseguimos colaboradoras muito mais engajadas e confiantes, e não perdemos profissionais talentosas que se veem no desafio de fazer uma escolha entre trabalho e maternidade, o que inspirará outras mulheres; e mostramos que o que é visto como fragilidade, na verdade, pode ser combustível para formação de líderes em potencial, forçando o mercado a repensar atitudes e pré-conceitos. E vale dizer que temos diversos exemplos de mulheres que se tornaram mães e após a licença maternidade voltaram ao trabalho ainda mais engajadas em entregarem desempenhos superiores; pois entre nós acontece a reflexão de que “como vou abrir mão de estar com meu filho, tem que valer muito a pena!”.

Liderar para pessoas
Hoje o principal discurso no mercado de trabalho é, muito mais que liderar pessoas, é liderar para pessoas. Que nada mais significa, do que oferecer um ambiente acolhedor, que gere bem-estar acima de tudo e que tenha um cuidado genuíno com as pessoas. E olha só que curioso. São justamente as mulheres que melhor exercem essa função; é o que mostra um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que revela que mulheres têm mais empatia do que homens, independente de suas influências culturais ou familiares. Então por que não oferecer maiores e melhores oportunidades para aquelas que podem elevar o valor do seu negócio?

E esse olhar tem que ser amplo, é preciso pensar para fora da organização em que atuamos, ir além dos elos e stakeholders da cadeia da empresa. É encorajar todo um ecossistema. Foi com base nesta premissa que desenvolvemos o projeto Encoraja Piccadilly, uma ação que visa beneficiar artesãs de todo o Brasil, através de linhas exclusivas e limitadas de produtos em parceria com essas artistas anônimas, que precisam de voz, visibilidade e encorajamento. É um impacto que vai muito além das paredes da fábrica.

Trazendo o olhar para dentro da companhia, hoje contamos com cerca de 60% do nosso quadro de colaboradores formado por mulheres, 50% da alta gestão e 40% dos cargos de liderança em geral. Inclusive, pelo número de mulheres presente em nosso Conselho de Administração, recebemos o selo WOB da Women on Board, que certifica, reconhece e valoriza organizações que têm mulheres nos conselhos administrativos ou consultivos.

Mas isso não quer dizer que não acreditamos na relevância dos homens, muito pelo contrário, nossa crença é pela busca da equidade, da diversidade, da complementariedade e do espaço para que as mulheres sintam-se num ambiente positivo para que vivam o seu melhor.

Estamos também desenvolvendo iniciativas junto aos nossos fornecedores com o objetivo de estimular que a mulher possa ganhar mais espaço e assim ter a oportunidade de exercer os seus dons e extrair todo o seu potencial.

Queremos também oportunizar para que elas não tenham apenas o desejo de irem em busca dos seus sonhos, mas sejam instrumentalizadas sobre como fazê-lo. Para isso, criamos uma parceria com o Projeto Ela Sonha Ela Faz, e ao longo deste ano compartilharemos com as mulheres que, de alguma forma, tem contato com a Piccadilly, histórias inspiradoras e aprendizados para que todas se preparem para vencer neste mercado ainda bastante desafiador.

Meu propósito como líder é poder inspirar e abrir portas para que, cada vez mais mulheres ocupem maiores posições dentro do mercado de trabalho e possam mostrar suas potencialidades, contribuindo de forma saudável para que a diversidade possa ganhar mais espaço e mostrar seu valor, transformando o ambiente de trabalho e o mundo num lugar melhor.

Fonte: https://cndl.org.br/varejosa/o-grande-papel-de-mulheres-em-cargos-de-lideranca/

Nós respeitamos sua privacidade. Utilizamos cookies para coletar estatísticas de visitas para melhorar sua experiência de navegação. Saiba mais em nossa política de privacidade.

Entendi e Fechar
Precisa de ajuda? Converse conosco